A TV é do Diabo

Quando a televisão nasceu a igreja quis apagar este ser iluminado. Bem pensada é a religião, já que muitos fiéis assíduos poderiam deixar de freqüentar as sessões religiosas por preferir assistir TV. Deus ia ficar emburrado com o telespectador que pensasse em não comparecer à missa. No entanto, a católica romana foi se esquivando aos poucos, mas a igreja dos crentes não perdoava a televisão. Para muitos seguimentos era extremamente proibido assistir até o começo dos anos 80 (aliás, entre meados de 70 e metade dos anos 90 sempre vimos vista grossa destes isolados da realidade). Muitos faziam propaganda contra, em outdoors, por exemplo, escreviam exorcismos à tevê espalhando a maldição humana – “Satã criou a TV” ou “A Televisão é da Besta”, e outras verdades pela rua. Porém a coisa mudou, o dinheiro expulsou o encosto e a televisão passou a ser um canal de Deus. Muitas das igrejas evangélicas são bem sucedidas graças ao aparelho. Aleluia TV! Os pastores vendem Deus e os fiéis compram a fé: são colares, livros, pulseiras, cadernos escolares; CD e DVD de todos os estilos com o tema ‘Senhor’; areia de Israel, em 10 vezes sem juros; pedidos de doações e de ajuda para prosseguirem com seus programas de benção; Viagens bíblicas são vendidas, a mais abençoada e a mais divertida é a viagem pra “Disney com Cristo” de uma família católica do canal Rede Vida. Quanto custa um horário nobre na Band? Quanto recebe a Record da Igreja Universal, sendo as duas do próprio dono? Deus sabe disso. Edir Macedo e seus concorrentes querem mais.